23 de julho de 2011

Para onde esse ônibus vai

Centro. Eustáquio Gomes. Garagem. Ferro velho. Eis algumas das respostas possíveis para uma pergunta muito conhecida entre passageiros, motoristas e cobradores das linhas de transporte coletivo de Maceió.

Isso mesmo. Têm ônibus para todo tipo de viagem, com ou sem ironia. E a depender do destino, as companhias variam muito, desde mensageiros do evangelho a mãos ávidas por um vacilo, se bem que neste caso, outras partes do corpo alheio também são de causar incômodos constrangedores.

E como se não bastasse, algumas ruas e seus adornos -- leia-se buracos -- desafiam a habilidade do funcionário ao volante, detalhe que pode ganhar ainda mais emoção quando a estrada ainda é de barro, tornando o passeio uma aventura à lá touro mecânico -- rotina de ônibus que transitam pelo Village Campestre.

E mais. Quem é que não conhece uma história inusitada ocorrida dentro do famoso busão? Brigas, pingueiras em dias de chuva, protestos, quebras em ruas desertas, atolamentos, sustos com insetos, stress em meio ao congestionamento, acidentes. Enfim, uma série de fatos inesperados. E alguns deles, inclusive, inacreditáveis.

Mas se a passagem é paga porque isso ainda continua a acontecer? Afinal, um transporte público de qualidade e em número suficiente pode ajudar a reduzir problemas como o congestionamento -- mais pessoas nos ônibus significa menos carros nas ruas -- e a poluição -- menos carros nas ruas resulta em menos poluentes no ar. Bom. Entre algumas declarações e propagandas superficiais aqui e acolá, pouco se diz. E respostas apenas surgem de desabafos de populares indignados.

No entanto, parece que após inúmeras reclamações e constrangimentos, algo diferente começa a ser feito. Primeiro, veio a convocação dos usuários para uma audiência -- realizada em 8 de julho deste ano. Na pauta, a licitação de transporte público da SMTT. Logo depois, foi anunciado o projeto Integração Temporal, com lançamento previsto para o próximo dia 30.

Contudo, outros detalhes também merecem atenção, tais como engenharia do trânsito e educação frente ao volante, por exemplo. Mas um deles, em específico, exige cuidados emergenciais. Pois os funcionários das empresas de ônibus de Maceió reivindicam aumento de salário e ameaçam fazer greve, caso não obtenham respostas satisfatórias. Ou seja, ainda há muito a se fazer.

E enquanto isso não acontece, o que se pode ser dito é que o destino para onde esse ônibus vai é resultado do voto, da administração pública e privada e da inquietação popular, mesmo nos casos em que o ferro velho se apresenta como o rumo mais adequado para os ônibus ainda em circulação.

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